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a farsa da justiça

A farsa da justiça

ano de estreia - 2012

 

 

SINOPSE

 

Nessa comédia trágica um tribunal é montado. Na seção um sobrevivente do Massacre de Eldorado dos Carajás, que se fingiu de morto para garantir a vida, é julgado e condenado por negar o justo heroísmo.


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Duração: 45 minutos

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SOBRE A MONTAGEM

A Estudo de Cena montou no ano de 2012 a peça de rua A farsa da justiça (adaptação do texto escrito por Sérgio de Carvalho em conjunto com a Brigada Nacional de Teatro do MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), que narra o julgamento fictício de um sobrevivente real do massacre de Eldorado dos Carajás, Inácio Pereira, que se fingiu de morto para salvar a vida.

            O fato que ficou mundialmente conhecido como O Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorreu em 1996 na estrada PA-150, no sul do estado do Pará. No dia 17 de abril daquele ano um grupo de trabalhadores sem terra interditou a estrada em ato pela reforma agrária. A polícia militar agiu com extrema violência, matando oficialmente 19 trabalhadores e deixando 71 feridos. Entre os feridos estava Inácio Pereira, que se fez de morto, foi jogado no caminhão dos corpos e se revelou vivo apenas quando chegou ao Hospital de Eldorado dos Carajás. Posteriormente 02 feridos faleceram, totalizando 21 mortos. O dia 17 de abril se tornou a data mundial da luta pela terra.

            No ano de 2005, integrantes do setor de cultura do MST criaram com coordenação de Augusto Boal o Teatro Procissão onde quatro peças foram apresentadas. A quarta e última peça era A farsa da justiça burguesa. O teatro procissão ocorreu durante a Marcha Nacional pela Reforma Agrária em Brasília. A apresentação da “Farsa,” realizada por bonecos gigantes e coro, ocorreu em meio a forte repressão policial, que tentou dispersar as pessoas com uso da Cavalaria, helicópteros e a Tropa de Choque. Depois da marcha a peça não foi mais encenada.

            Sete anos depois, em 2012, a Estudo de Cena retomou o projeto da peça e criou a adaptação para atores e atrizes. Em abril de 2014 o grupo participou do Acampamento Pedagógico da Juventude do MST, montado no exato local do massacre, a curva do “S” da PA-150. Nesse período foram realizadas 05 apresentações da peça: no assentamento 17 de abril, no centro de Marabá, na cidade de Curionópolis e duas apresentações na curva do S da PA-150. As apresentações na estrada tiveram a participação de um coro de 100 jovens assentados e contou com a presença de sobreviventes do massacre, entre eles Inácio Pereira.

            Em junho de 2016 a Estudo de Cena foi convidada pelo Setor de Cultura do MST para apresentar a peça A farsa da justiça no Encontro Internacional de Teatro Político, na cidade de Maricá/RJ. No encontro também foi apresentada a versão da peça realizada pelo grupo Banzeiros, formado por jovens que vivem em assentamentos no sul do Pará. A montagem do Banzeiros mistura trechos da adaptação da Estudo de Cena com trechos da primeira encenação. A adaptação da Estudo de Cena e sua apresentação em Eldorado dos Carajás reativou o projeto da peça, sendo o texto montado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em mais 03 assentamentos do Brasil e apresentado no Encontro Internacional da Via Campesina em abril de 2016. Em 17 de abril de 2017 a Estudo de Cena lançou a web-série “A farsa: ensaio sobre a verdade”, experimento de 21 episódios que narra a história do Massacre de Eldorado dos Carajás e a trajetória da peça A farsa da justiça burguesa.

            Desde 2012 a Estudo de Cena circula com peça que já foi apresentada em sete estados do Brasil, em muitas ocupações, assentamentos, territórios de luta e de formação da classe trabalhadora.

 

 

FICHA TÉCNICA

Direção e adaptação dramatúrgica: Diogo Noventa | texto: Sérgio de Carvalho a partir da proposta do grupo Filhos da Mãe...Terra - MST | Atrizes e Atores: Anderson Oliveira, Cau Peracio, Carolina Maluf, Gabriel Stippe Derobio, Glauber Pereira, Irací Tomiatto, Juliana Liegel, Marilza Batista, Nei Gomes, Roberto Kroupa, Vinicius Hoffman | Preparação vocal: Irací Tomiatto, Rani Guerra | Direção de arte: Estudo de Cena, Irací Tomiatto | Direção musical: Irací Tomiatto, Martin Eikmeier, Roberto Kroupa | Produção: Estudo de Cena

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